Melhor escritor do Brasil nos anos 2000 e artista associado com a militância de esquerda no Brasil, Chico Buarque admitiu que “o socialismo era uma bela ideia, mas virou uma quimera”. Ele declarou ao jornalista e escritor Eric Nepomuceno que “viu coisas muito bonitas em Cuba, mas não deu certo. Nós temos uma dívida para com Cuba. Hoje é muito fácil falar que Cuba acabou, que é uma ditadura. Mas temos uma dívida muito grande quando todos nos aliamos aos Estados Unidos e isolamos Cuba, que ficou fora do continente e terminou se aliando à União Soviética.”
Chico Buarque, de 74 anos, começou a carreira artística em 1962. Ganhou os Prêmios Jabuti de Livro do Ano, em 2004 e 2010, por Budapeste e Leite Derramado. Autor de clássicos da música popular (Cálice, O que Será, A Banda, Futuros Amantes), escritor de outros best sellers, como O Irmão Alemão e Benjamin, ele revelou a Nepomuceno, que é o tradutor brasileiro de Gabriel García Marquez, no programa Sangue Latino, do Canal Brasil:
“O mundo ocidental está se estreitando e acabando com a possibilidade de sonho. O socialismo virou uma quimera“.
Veja as declarações no video:
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No final de 2015, no auge dos escândalos do Petrolão, o artista foi abordado por jovens que atacaram o PT e criticaram ele: “quem apóia o PT é um merda”. Acompanhado do cineasta Cacá Diegues, ele responde que “acha o PSDB uma merda“. Na época, o vídeo, de mais de dois minutos, com as imagens e a discussão viralizou:
No mesmo programa, o escritor e cantor declama Soneto de Separação, de autoria de Vinícius de Moraes.
“De repente do riso fez-se o pranto, Silencioso e branco como a bruma / Fez-se do amigo próximo o distante, Fez-se da vida uma aventura errante. De repente, não mais que de repente”.
A leitura, simples e sem afetação, mostra o conformismo de quem se afasta de uma paixão:
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