Dois deputados baianos protagonizaram, na tarde desta terça (16/05), o capítulo mais intenso da disputa entre PSDB e PT no plenário da Câmara. Presidente estadual do PSDB, João Gualberto pediu a prisão do governador Rui Costa. Minutos depois, foi chamado de “grileiro” pelo petista Jorge Solla, ex-secretário da Saúde no governo de Jaques Wagner. Solla chegou a clamar que “o grileiro do Litoral Norte tinha que ser colocado na cadeia“.rnA troca de acusações começou após Gualberto citar que “todo baiano sonha em morar na propaganda do PT” e repetir que já fez pedidos à justiça para que o governo da Bahia divulgue a origem dos investimentos no metrô de Salvador. Segundo Gualberto, os pedidos são insistentemente negados pelo governo, e o recurso já teria sido julgado improcedente pelo Superior Tribunal de Justiça e retornado para apreciação do TJ na Bahia, o que, na avaliação dele, seria suficiente para resultar em prisão do governador. “Ou o desembargador pede a prisão para Rui Costa, ou vai ficar desmoralizada a justiça. Veja a situação: isso pelas mentiras que o PT fala há muito tempo, e os baianos sabem disso”, emendou o tucano.

rnrnClique e assista as acusações de João Gualberto contra PT e Rui Costa:rnrnhttps://youtu.be/xR8C7b1rZtkrnrn

Entre as alegadas inverdades do partido adversário, Gualberto elencou “a promessa da construção da ponte para ligar Salvador a Itaparica”. “Eu apelo à justiça da Bahia que dê ordem de prisão para o governador Rui Costa. Ou prende, ou a justiça da Bahia e do Brasil estará desmoralizada”.

Após a fala do parlamentar, um princípio de confusão entre ele e Jorge Solla foi contido por deputados como José Carlos Aleluia (DEM) e Jutahy Júnior (PSDB). “Grileiro, grileiro, você é bandido e ainda roubou os terrenos todos de Praia do Forte“, bradou Solla, contra o ex-prefeito de Mata de São João. Em resposta, Gualberto gritou: “você é ladrão, safado“.

Clique e assista o tumulto entre Gualberto e Solla:

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O ex-secretário de Saúde da Bahia Jorge Solla pediu aparte como líder do PT e direcionou o contra-ataque na tribuna da Câmara. “Tinha um prefeito, na época, que começou uma obra no metrô, que levou anos se arrastando. A operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, apurou e mostrou a corrupção, o desvio de recursos. O então prefeito na época era conhecido nos porões da Odebrecht como Almofadinha – olha que apelido carinhoso – porque recebia mesada na época que construiu a barragem de Pedra do Cavalo. Esse prefeito, que tem uma folha corrida dessa, claro que tinha que ser convocado por Temer, e virou ministro do governo Temer. Porque para ser ministro do governo Temer tem que ter roubado patrimônio público, tem que ser corrupto, tem que ter entrado na lista da Odebrecht”, disse Solla, supostamente se referindo ao atual ministro da Secretaria de Governo e ex-prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy.

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 Jorge Solla continuou as críticas aos políticos do PSDB na Bahia, mirando a metralhadora para João Gualberto. “Mas não pára por aí, teve outro prefeito que chegou no município como pequeno comerciante, conseguiu apoio, se elegeu prefeito duas vezes, e quando saiu tinha uma das maiores fortunas, grandes latifúndios de terra no litoral norte da Bahia passaram a ser patrimônio desse tucano. Conhecem Praia do Forte, aquele paraíso? Hoje, grande parte tem dono. O dono é um ex prefeito tucano, que grilou terra, que se apossou de terras, que construiu supermercado com dinheiro público, urbanizou lotes. Esse tucano, essa ave de rapina que não vai ser preso porque a justiça desse país não prende tucano”.