Uma jornalista, vítima de assédio sexual que ficou mundialmente reconhecida após tornar pública sua história, considera que acabar com esse tipo de violência é um desafio coletivo. Gretchen Carlson é aposentada como âncora da Fox News e decidiu iniciar uma luta pessoal contra esse tipo de crime.rnrn”O assédio sexual não tem discriminação. Você pode usar saia, farda hospitalar, uniformes militares. Você pode ser jovem ou velha, casada ou solteira, preta ou branca. Você pode ser de esquerda, de direita ou nem gostar de política. Eu ouvi de tantas mulheres: policiais, oficiais do Exército, assistentes financeiros, atrizes, engenheiras, advogadas, banqueiras, contadoras, professoras … jornalistas”, enumera Gretchen. “O assédio sexual, afinal, não é sobre sexo. É sobre o poder e sobre o que alguém faz para você tentar tirar seu poder.“rnrnA palestrante Gretchen Carlson foi escolhida na lista das 100 personalidades mais influentes do mundo em 2017. A jornalista denunciou publicamente e processou o presidente da Fox News Roger Ailes. Ela trabalhou na emissora por mais de 15 anos. O noticiário americano conta que um acordo de 20 milhões de dólares (mais de 50 milhões de reais) foi feito com a jornalista para encerramento do processo. Além disso, Gretchen é violinista clássica e venceu o concurso de Miss América, em 1989.rnrnAssista a palestra completa “Como podemos encerrar os assédios sexuais no trabalho” (sem tradução em português):rnrnrnrn rnrnVEJA MAIS: PSC lança em Salvador presidente do BNDES como candidato à presidência da República; Bolsonaro vai sair do partido rnrnAINDA: VEJA VÍDEO: Terminal rodoviário da CCR é levado por água abaixo com chuva; usuários revoltados com concessionária rnrnA jornalista, que também escreveu o livro Be Fierce: Stop Harassment and Take Your Power Back (ainda sem tradução para português) foi convidada para proferir uma palestra no TED sobre o assunto. Ela resumiu em três os principais conselhos para acabar com o ciclo de assédio sexual no ambiente corporativo.rn
Número um: precisamos transformar espectadores e facilitadores em aliados. Noventa e oito por cento das empresas dos Estados Unidos agora têm políticas de treinamento de assédio sexual. Mas ainda assim, esmagadoramente, espectadores e testemunhas não se apresentam. Milhões de vezes que ouvimos, “Se você vê alguma coisa, diga algo”. Imagine o quão impactante seria se transportássemos isso aos espectadores no local de trabalho em relação ao assédio sexual – para reconhecer e interromper essas incidências; para enfrentar os perpetradores na sua face; para ajudar e proteger as vítimas. Este é o meu grito para os homens: precisamos de você nesta luta. E também para mulheres, facilitadores para aliados.rnrnNúmero dois: alterem as leis. E aqui está o que eu digo aos parlamentares: o assédio sexual é apolítico. Antes de alguém assediar você, eles não lhe perguntam se você é de direita ou de esquerda primeiro. Eles apenas fazem isso. E é por isso que todos devemos nos importar.rnrnNúmero três: seja feroz. Começa quando construímos essa autoconfiança. E nós nos levantamos e nós falamos, e nós dizemos ao mundo o que aconteceu com nós. Eu sei que é assustador, mas vamos fazer isso para nossos filhos. Vamos parar isso para as próximas gerações. Eu sei que eu fiz isso por meus filhos. Eles foram primordiais na minha tomada de decisão sobre se eu denunciaria ou não.
rn rnrnParticipe do debate sobre ética e justiça em www.twitter.com/opabloreisrnrn