“Me surpreende a imprensa tratar isso (corrupção) como se fosse surpresa”, critica Emílio Odebrecht em delação

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“O que me entristece é a própria imprensa. A imprensa toda sabia que o que efetivamente acontecia era isso. Por que agora estão fazendo tudo isso? Por que não fizeram isso há 10, 15, 20 anos atrás? Porque tudo isso (corrupção) é feito há 30 anos”.

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O desabafo é de Emílio Odebrecht, presidente do conselho de administração do grupo fundado pelo pai dele, Norberto, em 1944. A Odebrecht tem 128 mil empregados ao redor do mundo, faturou R$ 132 bilhões em 2015, com lucro estimado em R$500 milhões.

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“Isso é há 30 anos que se faz (na Política). O que me surpreende e eu quero ter oportunidade de enfatizar, o que me surpreende é quando eu vejo todos esses poderes, a imprensa, tudo, tratando isso como se fosse uma surpresa. Olha, me incomoda isso”, condenou o empresário, em delação prestada em 13 de dezembro de 2016, na sede da Procuradoria Geral da República.

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O filho dele, Marcelo, cuja fortuna é avaliada em R$14 bilhões, foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Além de fechar acordo de delação premiada com o pai, ele também e se comprometeu a pagar R$8 bilhões a título de indenização.

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“Isso não exime em nada a nossa responsabilidade, a nossa benevolência, não exime em nada que nós praticamente passamos a olhar isso com normalidade (pagamento de propina)”, pondera o empreiteiro.

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Em seguida, ele diz que a decisão de levar os negócios da empresa para os Estados Unidos e Europa foi com a intenção de mostrar aos executivos do grupo, como é conviver com concorrência real; a fim de usar engenharia, sem precisar negociata com os políticos.

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Clique para assistir o depoimento:

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Emílio Odebrecht, ACM, Lula e FHC

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O empresário cita que iniciou na empresa fundada pelo pai, Norberto, dois anos antes de se formar em engenharia civil pela UFBA, no final dos anos 1960.

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Em determinado momento, ele confidencia que, mesmo afastado dos cargos executivos do grupo, mantinha diretamente ligações com o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, os presidentes Lula, Fernando Henrique Cardoso, Hugo Chávez (Venezuela), e também José Eduardo dos Santos (Angola).

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“Essas relações eu não consegui transferir (para o filho Marcelo)”.

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Mais trechos do depoimento de Emílio Odebrecht:

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“E a própria imprensa, vamos colocar a claro, essa imprensa sabia disso tudo e fica agora com essa demagogia. Me perdoe, mas eu realmente acho que todos deveriam fazer uma lavagem de roupa em suas próprias casas para ver o que a gente pode fazer.”

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“Nós estamos dispostos a dar a nossa contribuição, por isso eu acho as mudanças estruturantes nesse país fundamentais. São muito importantes para que todos possam dar a sua contribuição pela omissão que tiveram durante tanto tempo…”

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“Vocês, jovens procuradores, ver vocês procuradores jovens (…) agora, os mais velhos, Chefe, os da minha geração, me perdoe, eu não aceito essa omissão, e de nenhuma área. A própria imprensa, que agora faz essa demagogia… Acho que todos deveriam fazer uma lavagem de roupa em sua casa, sobre o que poderiam fazer, para que todos possam dar sua contribuição sobre a omissão de tanto tempo”.

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