Sycamore é maior questão filosófica e prática da humanidade: a supremacia quântica do Google

A discussão sobre limite (ou não) de uso do computador quântico do Google é o debate mais importante sobre o futuro da humanidade. Não está em jogo monopólio de mercado, ou gestão de grandes marcas, mas o controle do próprio conceito de realidade. O Sycamore, nome em inglês de uma figueira de raízes profundas, originária da África e nativa no Oriente Médio, muito presente em descrições na Bíblia, pode ser o início da inteligência artificial brincando de Deus.

Na teoria, o processamento dos qubits (que podem ser 0 ou 1, ou ambos simultaneamente) é capaz de responder qualquer questão (filosófica ou prática): como viajar no tempo?; Como acessar realidades paralelas?; qual o sentido da vida? Como derrotar a morte?

Em teoria, o Sycamore é onipotente e onisciente. Para demonstrar aos leigos a devastadora diferença de parâmetros da supremacia quântica, os cientistas fizeram o seguinte experimento: uma criptografia que demoraria 10 mil anos para ser decodificada pelo supercomputador mais avançado e veloz de hoje (o Summit, da IBM), foi resolvida em 200 segundos pelo equipamento do Google.

Quando lançado, no ano passado, o Summit era anunciado como “um milhão de vezes mais rápido que seu notebook”. Pois a máquina um milhão de vezes mais potente que seu notebook está 9 mil e 999 anos, 11 meses, 30 dias, 23 horas, e 57 minutos atrás do titã q o Google acaba de parir.

O Sycamore ainda funciona em condições extremas: seus circuitos e chips precisam estar resfriados a -276°C . Já tem que motivar, desde agora, o debate ético que é muito mais desafiador do que o travado sobre clonagem humana. Após superada essa questão técnica, restará outra: será que nós, humanos, seremos apenas uma “questão técnica” diante do Sycamore?

Assista o vídeo feito pelo próprio Google, com a demonstração do experimento deles:

LEIA TAMBÉM: Crítica severa à covardia masculina em Roma deve dar o primeiro Oscar à Netflix; baixe o roteiro de graça

Leia o artigo na revista científica Nature sobre a pesquisa do Google: Hello quantum world! Google publishes landmark quantum supremacy claim

Siga-me no twitter: @opabloreis

PARA LER EM INGLÊS:

Sycamore is humanity’s biggest philosophical and practical issue: Google’s quantum supremacy

The discussion about Google’s quantum computer usage limit (or not) is the most important debate about the future of humanity. It´s not about market monopoly or big-brand management, but the control of the concept of reality itself. Sycamore (the name of new technology) is the tree originally from Africa and native to the Middle East, very present in biblical descriptions, may be the beginning of artificial intelligence playing at God.

In theory, qubit processing (which can be 0 or 1, or both simultaneously) is capable of answering any question (philosophical or practical): how to travel in time ?; How to access parallel realities? What is the meaning of life? How to defeat death?

In theory, Sycamore is omnipotent and omniscient. To demonstrate to the layman the devastating difference in quantum supremacy parameters, the scientists did the following experiment: an encryption that would take 10,000 years to decode by today’s fastest and most advanced supercomputer (IBM’s Summit) was resolved in 200 seconds by the Google device.

When launched last year, Summit was announced as “a million times faster than your notebook.” For the one million times more powerful machine than your notebook is 9,999 years, 11 months, 30 days, 23 hours, and 57 minutes behind the titan that Google just gave birth.

Sycamore still works under extreme conditions: its circuits and chips must be cooled to -276 ° C. From now on, we have to motivate the ethical debate that is much more challenging than the debate about human cloning. Once this technical issue is overcome, there will be another one: Are we humans just a “technical issue” against Sycamore?

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email