O jornalista paulista Reinaldo Azevedo, autor de livros como O País dos Petralhas e Máximas de Um País Mínimo (em que faz críticas ácidas contra os governos de Lula), considerado um dos mais ferrenhos inimigos do Partido dos Trabalhadores, saiu publicamente em defesa do ex-governador Jaques Wagner.
Segundo o Ministério Público Federal, Wagner é suspeito de receber R$82 milhões de propina pelo contrato da parceria público-privada entre o Governo da Bahia e o consórcio da Arena Fonte Nova. O mesmo MPF considera desvio de verba pública na ordem de R$450 milhões da PPP da Fonte Nova.
Azevedo chamou de “bagunça” a ação dos procuradores federais. “Uma senhora procuradora o tempo inteiro tratou o ex-governador como condenado“, declarou o colunista da Folha de São Paulo, apresentador da Band News e comentarista do Rede TV News, telejornal apresentado por Boris Casoy e Amanda Klein. “Acontece o seguinte: estamos numa época que o Ministério Público acusa quem quiser, do que quiser, as pessoas não dão a menor importância dos valores, do que está em curso. E aí o governador que vá se explicar, porque ele tinha 15 relógios de luxo. Aí vai a procuradora e diz que ele pediu propina pessoalmente, ´há gravações em que se entende que…´ Nós já vimos esta mesma procuradoria, como corpo, entender que o André Esteves do BTG Pactual era o financiador da suposta operação de fuga do Nestor Cerveró, e depois se viu que não era ele.”
Veja a opinião de Reinaldo Azevedo:
O raciocínio do jornalista, que se auto declara como católico de direita, e autor do termo “petralha”, é baseado em cálculos do contrato inicial.”
Sabe quanto custou o estádio todo? 680 milhões de reais. Você acha que uma obra de 680 milhões terá como propina 450 milhões? Qualquer pessoa que faça uma continha vai constatar que esse valor corresponde a 66% do valor do estádio. Sabe qual empreiteiro paga 66% de propina? Nenhum.”
Este blog apurou no próprio Diário Oficial da Bahia os valores referentes a contraprestações das três principais PPPs do estado, até o ano de 2026. A soma do contrato da Fonte Nova ultrapassa R$ 1,7 bilhão, e não os R$680 milhões mencionados por Azevedo.
As três principais PPPs são Metrô, Fonte Nova e Hospital do Subúrbio
Reinaldo Azevedo encerra o comentário com uma crítica ao trabalho do MPF e da Polícia Federal: “Não dá para condenar as pessoas, antes que haja mesmo processo judicial. Nesse caso, Jaques Wagner nem denunciado ainda. Eu falaria isso para Jaques Wagner, para Reinaldo Azevedo, para Zé da Esquina e para o capeta”.rnrnOutro ponto interessante é a ironia com que ele inicia o quadro, chamado Pela Ordem:
“Olha que estágio chegou o PT. O PT precisa de alguém para chamar de seu, mesmo que esse cara seja eu.“
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