“Compromisso com a ética precisa ser amplo, geral e irrestrito”, brada Emilio Odebrecht para 180 executivos do grupo

“Cometemos erros, é importante reconhecer. Erros que, em certa medida, provocaram esta crise”. Sem muita firula, indo direto ao ponto, foi assim que o presidente do Conselho de Administração da Odebrecht S.A., Emílio Odebrecht, abriu um seminário com 180 líderes da empresa na manhã desta terça (24), em um hotel em São Paulo.rnrn”Hoje, os nossos maiores desafios são externos. Estes desafios estão, por exemplo na necessidade de imperativas mudanças estruturantes e culturais no Brasil e nos demais mercados e comunidades onde atuamos. O combate à corrupção é uma bandeira de toda a sociedade. E o compromisso com a ética precisa ser amplo, geral e irrestrito. Precisa envolver os mais diversos setores da sociedade, inclusive, e principalmente, o setor público“, conclamou o patriarca do grupo.rnrnO filho dele, Marcelo, ex-presidente da Organização, continua preso, desde junho de 2015. Ele é o único, entre 77 executivos da empresa que participaram do acordo de delação premiada, que está na cadeia. Talvez por isso Emílio tenha aproveitado o momento, na frente de colaboradores e de personalidades do Conselho Global do Grupo, para criticar “a insegurança jurídica que atinge as empresas que firmaram Acordos de Leniência é causada, no fundo, entre outros motivos, por uma injustificável disputa de poder entre instituições do governo”.rnrnLEIA MAIS: “Nós erramos, agora queremos o direito de falar à sociedade”, diz gerente de Conformidade da OdebrechtrnrnVEJA AINDAMulta bilionária, demissão de 100 mil funcionários e a promessa da Odebrecht de investir R$65 milhões contra corrupção  rnrnA imprensa peruana informa que Marcelo será interrogado, no próximo dia 9 de novembro, pelo procurador do país, José Domingo Pérez, sobre supostas ligações com a líder opositora Keiko Fujimori e com o ex-presidente do Peru Alan García. A justiça peruana desconfia de pagamento de propina e lavagem de dinheiro. Uma anotação no celular de Marcelo baseia a suspeita: “Aumentar Keiko para 500 e eu fazer visita“.rnrnNo discurso desta terça, Emilio Odebrecht foi mais longe. “Além de impedir o retorno das operações plenas das empresas e ignorar a contribuição que elas podem dar para a retomada do crescimento econômico, esse conflito coloca em dúvida os instrumentos de leniência e de colaboração com a Justiça”, afirmou Emílio. Esse embate, na opinião dele, “enfraquece e até mesmo paralisa as ações que essas empresas poderiam promover para estimular as mudanças estruturantes necessárias”.rnrnUm dado surpreendente apresentado no seminário é o que resume o interesse de universitários em ingressar nas empresas. Mais de 55 mil jovens se inscreveram no país para concorrerem a 50 vagas em estágio de férias, que será oferecido em janeiro de 2018. A Odebrecht comemorou como recorde histórico.rnrn”A hora de mudar o país é agora. As gerações futuras não nos perdoarão se perdermos esta oportunidade. Nós, na Odebrecht, com determinação, estamos fazendo nossa parte”, concluiu.rnrn rnrnParticipe do debate sobre ética na política e nos negócios pelo www.twitter.com/opabloreis

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