EXCLUSIVO: “Jucá, Calheiros, Barbalho e Collor são reconhecidos como os pilantras da República”, acusa a baiana Eliana Calmon

Primeira mulher a ingressar no Superior Tribunal de Justiça como desembargadora, a baiana Eliana Calmon é notória por dar declarações de quem, como disse Fernando Collor, “tem aquilo roxo”. “A classe política quer colocar um guizo no gato, que é o judiciário. Porque eles estão emparedados. Se nós observamos, quem foi na tribuna falar exacerbadamente, alteradamente: Romero Jucá, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Collor de Mello, essa gente que já é conhecida como os grandes pilantras da República. Esses são os mais exaltados. O que eles querem? Eles querem inutilizar o Judiciário porque já está chegando na hora deles”, antecipou.rnrnEm entrevista exclusiva, a ex-Corregedora Nacional de Justiça, fez duras críticas aos políticos e ao judiciário brasileiro. “Você defende um magistrado e, no outro dia, a imprensa publica algo de errado que ele fez. O judiciário criou uma casta para se defender”. A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça e ex-candidata a senadora, que está com 72 anos, também citou os senadores que, segundo ela, estão querendo pressionar o Supremo para barrar a Lava Jato.rnrnVeja a crítica aos senadoresrnrnrnrnA baiana fez críticas consistentes ao judiciário e também particularizou os tribunais estaduais. Além de falar de corrupção, ela denunciou o problema de lentidão, que não acompanha a exigência da sociedade atual. Corregedora nacional de justiça durante dois anos, Eliana se escandalizou com os casos de suborno e achaque em tribunais do país.rnrn”Conheci as entranhas do judiciário e tem muitos mais corruptos do que o Tribunal de Justiça da Bahia. Corrupção miúda, sistemática, capaz de fazer com que empresas grande não trabalhem em alguns estados por causa do Poder Judiciário, com medo, de tanto que tem indenizações milionárias que são equivocadas. Pegam empresas muito grandes porque têm liquidez e eles fazem as penhoras online e quando a empresa procura ver já não tem mais o dinheiro”, declarou, com exclusividade ao programa Linha de Frente, transmitido pelas redes sociais da Aratu.rn

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Veja a denúncia dos esquemas do judiciário:

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rnSobre o mensalão, a magistrada lembra de ter sido um divisor de águas na relação entre políticos e magistratura. “No dia que abriu a sessão do Supremo para começar o (julgamento) mensalão, estavam todos os advogados em uma rodinha e eles estavam gargalhando porque tinham certeza de que ali estavam em casa”. Para ela, foi imprescindível a participação de um personagem discreto na época, que conseguiu mediar e dar ritmo ao julgamento, o presidente do STF, sergipano de Propriá, Carlos Ayres Britto.rnrn”O grande artífice foi o Joaquim Barbosa, mas considero que ele não conseguiria nada se não fosse o ministro Ayres Britto. Joaquim Barbosa preparou o relatório e levou para o revisor, que ficou meses com aquilo. o ministro Ayres Britto chamou Lewandovsky e falou: o processo do mensalão vai começar no dia tal, com voto de revisão ou sem voto de revisão. A presidência é o que dá o diapasão. O ministro Joaquim Barbosa é muito inflamado, aquelas brigas poderiam suspender a sessão, mas o Ayres Britto conseguiu contornar. Ele era forte sem perder a ternura, porque precisa ter jogo de cintura para lidar com aqueles egos”.rnrnVEJA MAIS: “Não posso descartar, nem carimbar esse nome”, comenta ACM Neto sobre Luciano Huck para presidente pelo DEMrnrnLEIA TAMBÉM: EXCLUSIVO: Aleluia confidencia que Rodrigo Maia teve chance de derrubar Temer e diz que “Palocci entrega Lula para salvar PT” rnrn rnrnEliana Calmon avisou, em palestra a empresários do ramo da construção, que “o tempo do judiciário não cabe no ritmo das empresas” e que “agir eticamente é agir de acordo com as regras de convivência pacífica e bem estar”rnrnA magistrada explicou o convite de Eduardo Campos para ser candidata a senadora pelo PSB na Bahia, em 2014, quando teve 500 mil votos. Ela disse ter ficado “assustada e perplexa” ao ver que na declaração de bens dos candidatos ela tinha patrimônio maior do que os então concorrentes Otto Alencar e Geddel Vieira Lima. Também revelou as decepções com a campanha que levaram a ela desistir completamente da política.rnrnEla também alertou para os juízes que decidem de acordo com a opinião pública. “Existe uma politização do poder judiciário. A constituição permite isso, ou seja, você decidir não apenas de acordo com as leis, mas para atender a clamores populares. O modelo da constituição dá nisso. Você legitima isso quando a sociedade clama por uma solução e não encontra respaldo no poder legislativo“.rnrnE não perdeu a chance de condenar o corporativismo dos antigos colegas. “A cultura do judiciário é de que o que se faz certo não se divulga muito. O que se faz errado não se divulga nunca. Essa cultura faz nascer o subterrâneo do judiciário, que poucos conhecem. De forma que existe muito mau caráter dentro do judiciário, como existe em todo lugar. Esses se aproveitam do corporativismo, da proteção que se dá à magistratura. Daí a minha frase que ficou célebre sobre os bandidos que vestem toga”.rnrn rnrnrnrnParticipe do debate sobre política pelo www.twitter.com/opabloreis

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