Marcelo Nilo vai vencer contra a imprensa e atropelando a opinião pública baiana, assim como o presidente americano Donald Trump.
rn
O deputado estadual que concorre ao sexto mandato como presidente da Assembleia Legislativa deve ser reeleito. Seja pelos votos da maioria dos colegas, seja pela ineficácia daqueles que se lançaram contra o seu projeto de 12 anos ininterruptos de poder no legislativo. A votação está marcada para 1° de fevereiro.
rn
Embora sem os cabelos fartos e sem ostentar o topete do empresário conservador e hoje principal nome da política americana, Nilo é apontado como centralizador e autocrático. Não pela mídia, pelos próprios colegas. Afirmam que o mesmo se recusa a “voltar para a planície”.
rn
Clique para ver as críticas sobre “caixa preta” na Assembléia:
rnrn
Marcelo Nilo e sua gestão “caixa preta”
rn
Se os próprios colegas deputados chamam a gestão de caixa preta, é bem possível que, se aberta, ela vire a caixa de Pandora – uma referência ao artefato da mitologia grega que liberava todos os males do mundo.
rn
Sem mandato de dimensões estaduais, o prefeito de Salvador, ACM Neto, é quem pode determinar o vitorioso na disputa. Pois, ele é o que o senso comum costuma chamar de fiel da balança (por ter como aliados 19 deputados), embora o termo fiel, em política, seja uma expressão exagerada.
rnrn
Conhecimento e articulação em falta
rn
Falta de conhecimento do regimento interno foi o argumento sacado pelo atual presidente para desacreditar os rivais Ângelo Coronel (PSD) e Luiz Augusto (PP). Esse é o eufemismo para não saber como lidar com meio bilhão de reais do contribuinte (em valores absolutos, R$ 529 milhões só em 2017), assim como a falta de habilidade em articulação. (Nesse meio, habilidade em articulação não é exatamente um elogio do qual sua mãe se orgulharia).
rn
Quando alguma corrente permanece tanto tempo no poder, não é necessário sequer descer em especulações: a acomodação, na melhor das hipóteses, já se torna um prejuízo para a sociedade. Por isso, se formos ponderar sobre falta de transparência, vícios por afinidades, tudo piora.
rn
LEIA TAMBÉM – SOB FOGO CRUZADO: Ausente de debate na TV Aratu, Marcelo Nilo é alvo de ataques dos adversários
rn
Bem como aprendemos com Donald Trump, quando um político sai vitorioso de queda de braço com a imprensa que represente as vontades dos cidadãos, é um sinal de que muitos saem derrotados.
rn
Nilo deve vencer com 40 dos 63 votos na eleição secreta. Não é, necessariamente, constatação de força. Mas esse é outro episódio do “nós versus eles” que se tornou o confronto entre interesse público e prerrogativas de políticos: combate em que quase sempre estamos perdendo.
rn
De fato é um registro de como os parlamentares, protegidos por corredores ligando a plenários e pelos cerimoniais dos palácios, ficam imunes a qualquer clamor coletivo. A vitória de Nilo é, acima de tudo, um fracasso coletivo.