O real motivo para o comerciante Paulo César doar o relógio ao engraxate-mirim Mário

Mistérios são desnecessários. O real motivo para o comerciante Paulo César da Silva doar o relógio de R$29,90 para o engraxate Mário foi empatia. Ao testemunhar o garoto comprometido na compra do relógio que seria o presente do padrasto, ele se viu naquela cena, quase 50 anos atrás.

O vídeo foi o mais compartilhado em alusão ao Dias dos Pais no Brasil.

O comerciante Paulo César da Silva é proprietário de uma pequena relojoaria no estado de Goiás e dono de um grande coração. Na véspera do Dia dos Pais, ele recebeu um cliente especial: o garoto Mário, 10 anos, que juntou economias como engraxate para poder comprar um relógio de R$29,90 em promoção, e presentear seu pai adotivo. Emocionado com a atitude, Paulo César doou o objeto para surpresa do garoto.

Resultado da generosidade: o vídeo viralizou e, em dois dias, a página da empresa dele no Instagram (@pcrelojoaria) cresceu de 160 seguidores para mais de 26 mil. Os clientes passaram a fazer fila na porta da empresa, que fica no centro da cidade de Catalão, em Goiás, que tem pouco mais de 100 mil habitantes. É raro ver a portinha de um pequeno negócio virar ponto turístico no Brasil.

“Você tá trabalhando e vai comprar um relógio pro seu pai?”, pergunta o proprietário do estabelecimento,  que postou o vídeo no Facebook. O garoto – identificado como Mário – afirma que é e, logo em seguida, é elogiado pelo homem que prontamente prepara a mercadoria para o menino levar.

A criança diz que já estava juntando o dinheiro há alguns dias, para presentear o pai. O produto estava em promoção, custando menos de 30 reais, e o menino paga pelo relógio. Porém, emocionado com a atitude de Mário, Paulo César devolve o dinheiro ao menino e deixa ele ficar com a mercadoria.

O pai ao qual Mário quer fazer a homenagem é o atual marido de sua mãe. O pai biológico agredia a esposa, o que obrigou a família a mudar de Rondônia para Goiás. O garoto frequenta a escola, mas em época de pandemia, sem aulas e com renda familiar reduzida, decidiu encarar o bico para ajudar no orçamento doméstico.

Nessa entrevista, o micro-empresário conta que lembrou da própria infância, quando o pai morreu e ele precisou levar sustento para a família, fazendo alguns serviços com apenas oito anos de idade. “Eu tenho vários irmãos e, também, fui ‘obrigado’ desde cedo a trabalhar para ajudar em casa. Quando vi o Mário fazendo o mesmo, me emocionei. Me vi naquela criança. Passou um filme na minha cabeça. Não poderia então deixar de ajudá-lo”, disse o comerciante, que é pai de três filhos.

 

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