EXCLUSIVO! Alckmin diz que conversa com FHC toda semana e ataca Bolsonaro

Alckmin fala em entrevista exclusiva sobre FHC, Lula e Bolsonaro

 

Ao final de uma entrevista, o deputado federal e pré-candidato ao governo da Bahia, João Gualberto (PSDB), despede-se da equipe de reportagem e cumprimenta o cinegrafista Rhamidfan Cardoso, da Aratu, que ostenta um crânio completamente livre de pelos: “Tchau, careca”. No mesmo ambiente, o pré-candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin, faz uma cara de surpresa, esboça um meio riso nos lábios e segue com a comitiva local para receber o título de cidadão baiano na Assembleia Legislativa.

 

O ex-governador de São Paulo não reclama, não faz piada, não emite qualquer comentário sobre a calvície alheia. O jeito comedido, para uns, é sinal de cordialidade e serenidade. Para outros, é apontado como discrição demais, o que prejudicaria na campanha. “Sou contra esses radicalismos, tanto de esquerda, quanto de direita. Isso não é caminho, é descaminho”, pondera ele, que aparece entre 4% e 12% nas pesquisas eleitorais.

[su_quote] “Nesse momento, em São Paulo, Celso Russomano tinha 32% e a senador Marta Suplicy mais de 20%, o candidato do PT, Haddad, tinha 7%, e o Dória tinha 5%. Dória ganhou no primeiro turno e Haddad teve mais de 20%”, diz ele, para minimizar a força das consultas nesse momento.[/su_quote]

 

O ex-governador também desmente supostas insatisfações de Fernando Henrique Cardoso. Notícias especularam que FHC tentava um acordo com Marina Silva para Alckmin ser o vice, pelo fato de não deslanchar nas pesquisas. “Converso com FHC praticamente toda semana. Está nos ajudando muito, até tentando acertar apoio de outros partidos”.

Nesta fase da pré-campanha, Alckmin concentra a artilharia contra Jair Bolsonaro, o presidenciável que mais pontua, atrás de Lula.

[su_quote] “O Bolsonaro, oito vezes deputado federal, não tem nenhum projeto. Os votos todos foram por corporativismo puro”[/su_quote]

 Outra crítica é quando insinua que todas as propostas de Bolsonaro se resumem a armar a população. “Você não vai criar emprego para o povo à bala. Você não vai fazer UTI, leito de hospital à bala.”

Guilherme Boulos e Imbassahy

Segurança pública é um dos temas favoritos no discurso. O estado de São Paulo caiu de mais de 13 mil homicídios no ano para pouco mais de 3 mil, alcançando uma das menores taxas de crimes letais do país. “Nós salvamos 10 mil vidas por ano. O Brasil teve 62 mil homicídios, em 2016. A solução é polícia na rua bem treinada, integração, ação no território, premiação, com metas a atingir. Atingiu a meta tem bonificação, investigação, bom sistema prisional.”

Na entrevista exclusiva ao programa Linha de Frente, da Aratu e do Aratu Online, ele rebateu declarações de Guilherme Boulos de que teria dialogado com facções criminosas para diminuir estatísticas. “Declaração ridícula. Não se faz acordo com o crime, crime se enfrenta. São Paulo nós temos prisão de segurança máxima é isolamento completo. Desculpa de quem não sabe governar e nem administrar”.

 

Perguntado se o deputado baiano Antonio Imbassahy errou ao defender o governo de Temer até o final, Alckmin mudou de assunto. Agiu com a diplomacia conhecida de Alckmin. Seja a diplomacia conhecida pelo lado positivo, ou pelo negativo.

Veja a entrevista completa:

 

 

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SEGURANÇA PÚBLICA

Pra mim, é uma honra receber título de cidadão baiano. Na capital paulista, tem mais gente nascida na Bahia do que em São Paulo. Eu diria que hoje o grande desafio é segurança pública. Emprego é importantíssimo, saúde e segurança. Nós tivemos um ganho espetacular. Tínhamos 13 mil assassinatos por ano e reduzimos para 3503 no ano passado. A taxa é de 8,02 homicídios por 100 mil habitantes, a menor do país.

 

Nós salvamos 10 mil vidas por ano. Quem morre são os mais jovens, mais pobres, uma tristeza muito grande, uma verdadeira guerra civil. O Brasil teve 62 mil homicídios, em 2016. A solução é polícia na rua bem treinada, integração, ação no território, premiação, com metas a atingir. Atingiu a meta tem bonificação, investigação, bom sistema prisional. Pretendo, como pré candidato à presidência, priorizar segurança pública, na questão de fronteiras, combate ao crime organizado, lavagem de dinheiro. Nós vamos criar uma guarda nacional permanente para ajudar os estados a salvar vidas.

 

PCC

Não se faz acordo com o crime, crime se enfrenta. Em São Paulo nós temos permanentemente enfrentamento. Temos penitenciária de segurança máxima, isolamento completo. Quando Lula era presidente e o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o governo federal não tinha nenhum presídio de segurança máxima. Ele pediu para que nós mantivéssemos o Fernandinho Beira-Mar por 30 dias. Eu falei: não tem problema. Era para ficar 30 dias, ficou dois anos. Sumiu, ninguém nem ouviu falar de Fernandinho Beira-Mar. Só saiu porque a justiça determinou. Isso é desculpa de quem não sabe governar e não quer reconhecer que é possível reduzir indicador de criminalidade.

 

LULA, PT E PESQUISAS

Quando você faz uma pesquisa antes do horário eleitoral, ninguém sabe quem são os candidatos e o interesse é baixo. Ainda vai começar o horário da televisão e do rádio, 31 de agosto. É muito recall, não tem ninguém mais conhecido e nem mais lembrado do que Lula. A gente ainda não deve se impressionar muito com pesquisa. Nesse momento, em São Paulo, Celso Russomano tinha 32% e a senador Marta Suplicy mais de 20%, o candidato do PT, Haddad, tinha 7%, e o Dória tinha 5%. Dória ganhou no primeiro turno e Haddad teve mais de 20%.

 

PRIORIDADES

 

Eu sou contra esses radicalismos de esquerda ou de direita. Isso não é caminho, é descaminho. Nossa prioridade é emprego, emprego, emprego… temos 13 milhões de desempregados. E mais 7 milhões no chamado desalento. Precisamos de um grande programa de obras, rodovia, ferrovia, aeroportos, saneamento básico. Revitalizar o rio São Francisco, a safra de grãos, agricultura, pecuária, ou seja, fazer a economia se fortalecer.

 

CRÍTICAS A BOLSONARO

 

O Bolsonaro, oito vezes deputado federal, não tem nenhum projeto. Os votos todos foram por corporativismo puro. Aliás, muito parecido com o padrão do PT. Vota junto com o PT. É desastre, não tem a menor condição de dar certo. O caminho é o da eficiência, da competitividade, do emprego e da renda. Uma coisa é falar, outra coisa é fazer. Nós, na segurança pública, saímos de 13 mil assassinatos para 3 mil. Não é discurso, é trabalho. Você não vai criar emprego para o jovem à bala. Você não vai oferecer creche à bala. Você não vai fazer UTI, leito de hospital à bala. Não é dessa forma, é convencimento, é trabalho.

 

GOVERNO TEMER

 

Lá atrás, eu defendi que as medidas de interesse do governo e necessárias para o país, a gente deveria votar. Sem participar do governo. Nas democracias modernas, é muito comum isso. Mas não precisamos participar de governo, então, fui contra. Mas essa foi a decisão da maioria. Hoje, não temos praticamente mais ninguém no governo, a não ser o (senador) Aloysio Nunes, mas que tem um cargo de estado, não é candidato a nada. Temos que olhar para o futuro, o que está em jogo não é legado de ninguém. Qual o Brasil que a gente quer para a frente? Melhorar educação básica, porque isso traz ganho na agenda brasileira. Confiança para trazer investimento para o Brasil.

OESTE DA BAHIA

 

O oeste da Bahia é um dos mais dinâmicos pólos do agronegócio do Brasil: soja, algodão, fruticultura, pecuária de elite, um negócio belíssimo.

 

PRIVATIZAÇÃO DAS ESTATAIS

 

O que dizia o PT pra mentir para a população? O Geraldo Alckmin quer privatizar o Banco do Brasil. Não, não vou privatizar. O que eu quero fazer é trazer mais bancos para diversificar. O sistema bancário brasileiro está muito concentrado, tem pouco banco, por isso, nós pagamos o quarto maior juro do mundo. O spread brasileiro é quatro vezes maior do que o mundial. A gente precisa desregular a competição para ter custo de dinheiro mais barato. Eu não vou privatizar a Petrobras, a parte de pesquisa, prospecção, e produção de petróleo, principalmente em águas profundas, a Petrobrás é campeã… o que eu vou fazer é acabar com o monopólio do refino, que não tem nenhuma razão.

RELAÇÃO COM FHC

 

Fernando Henrique, eu converso com ele praticamente toda semana. Está nos ajudando muito, até tentando acertar apoio de outros partidos. Acho que vamos ter bons palanques nos estados. Vamos ter um bom tempo de televisão. A campanha vai começar mesmo em setembro, é curta, mas de chegada, e super importante.

 

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